domingo, 20 de maio de 2012

Pneumonia lobar (inflamação aguda fibrino-purulenta)
+ Pleurite aguda fibrinosa (inflamação aguda pseudomembranosa cruposa)





Peça R-17. Pneumonia lobar em fase de hepatização cinzenta. Pleurite fibrinosa. Este pulmão apresenta inflamação (pneumonia) difusa com preenchimento das luzes alveolares por exsudato fibrino-purulento (ver lâmina A. 64). Isto dá cor acinzentada e aspecto compacto a todo o órgão. A consistência lembra a do fígado, daí o termo hepatização cinzenta (ver as fases evolutivas das pneumonias no quadro abaixo). (A consistência do pulmão normal lembra a de uma esponja.) O acometimento é difuso e atinge lobos inteiros (daí o nome pneumonia lobar). Nas páginas seguintes há exemplos de broncopneumonia, uma outra forma de pneumonia em que as lesões são focais.
Na outra face desta peça nota-se também pleurite fibrinosa. A superfície pleural está recoberta parcialmente por película de exsudato fibrinoso, que constitui uma pseudomembrana (a membrana verdadeira é um tecido vivo, enquanto que a pseudomembrana é formada por fibrina e restos celulares). Para ver a classificação das pseudomembranas, clique aqui. A pleurite é secundária à pneumonia, pois as bactérias que estão no parênquima pulmonar facilmente passam à pleura pelos linfáticos. Veja também um exemplo de pericardite fibrinosa na peça C-32.


FASES DAS PNEUMONIAS BACTERIANAS.
Classicamente, uma pneumonia bacteriana não tratada por antibióticos passa por 4 fases:
a) fase congestivo-edematosa - há hiperemia ativa em resposta à infecção bacteriana e os alvéolos ficam preenchidos por exsudato que nesta fase é seroso ou sero-fibrinoso (corresponde ao observado na lâmina A. 209).
b) fase de hepatização vermelha - o pulmão fica compacto e vermelho lembrando o aspecto de fígado. Isto ocorre porque os alvéolos estão preenchidos por exsudato (que não raro contém também hemácias) e perdem o ar que dá ao pulmão o aspecto e consistência de esponja. A hiperemia ativa do processo inflamatório agudo também contribui para a cor vermelha.
c) fase de hepatização cinzenta - o exsudato nos alvéolos passa a purulento, dando ao pulmão a cor acinzentada. Pode também ser amarelada (o pus tende a ser amarelo), daí fala-se em hepatização flava (praticamente sinônimo de hepatização cinzenta) (corresponde ao observado na lâmina A. 64).
d) fase de resolução - o aparecimento de anticorpos contra as bactérias (principalmente o pneumococo) leva à resolução da infecção e eliminação do exsudato, via fagocitose por macrófagos e eliminação pela tosse.
Naturalmente hoje, com antibioticoterapia, estas fases raramente chegam a seu termo, sendo a infecção abortada antes. Tanto a pneumonia lobar (áreas extensas) ou a broncopneumonia (múltiplos focos) passam pelas mesmas fases, mas, nesta última, os vários focos estão em fases diferentes.


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Pneumonia lobar (inflamação aguda fibrino-purulenta)
+ Pleurite aguda fibrinosa (inflamação aguda pseudomembranosa cruposa)


Peça R-17. Pneumonia lobar em fase de hepatização cinzenta. Pleurite fibrinosa. Este pulmão apresenta inflamação (pneumonia) difusa com preenchimento das luzes alveolares por exsudato fibrino-purulento (ver lâmina A. 64). Isto dá cor acinzentada e aspecto compacto a todo o órgão. A consistência lembra a do fígado, daí o termo hepatização cinzenta (ver as fases evolutivas das pneumonias no quadro abaixo). (A consistência do pulmão normal lembra a de uma esponja.) O acometimento é difuso e atinge lobos inteiros (daí o nome pneumonia lobar). Nas páginas seguintes há exemplos de broncopneumonia, uma outra forma de pneumonia em que as lesões são focais.
Na outra face desta peça nota-se também pleurite fibrinosa. A superfície pleural está recoberta parcialmente por película de exsudato fibrinoso, que constitui uma pseudomembrana (a membrana verdadeira é um tecido vivo, enquanto que a pseudomembrana é formada por fibrina e restos celulares). Para ver a classificação das pseudomembranas, clique aqui. A pleurite é secundária à pneumonia, pois as bactérias que estão no parênquima pulmonar facilmente passam à pleura pelos linfáticos. Veja também um exemplo de pericardite fibrinosa na peça C-32.

FASES DAS PNEUMONIAS BACTERIANAS.
Classicamente, uma pneumonia bacteriana não tratada por antibióticos passa por 4 fases:
a) fase congestivo-edematosa - há hiperemia ativa em resposta à infecção bacteriana e os alvéolos ficam preenchidos por exsudato que nesta fase é seroso ou sero-fibrinoso (corresponde ao observado na lâmina A. 209).
b) fase de hepatização vermelha - o pulmão fica compacto e vermelho lembrando o aspecto de fígado. Isto ocorre porque os alvéolos estão preenchidos por exsudato (que não raro contém também hemácias) e perdem o ar que dá ao pulmão o aspecto e consistência de esponja. A hiperemia ativa do processo inflamatório agudo também contribui para a cor vermelha.
c) fase de hepatização cinzenta - o exsudato nos alvéolos passa a purulento, dando ao pulmão a cor acinzentada. Pode também ser amarelada (o pus tende a ser amarelo), daí fala-se em hepatização flava (praticamente sinônimo de hepatização cinzenta) (corresponde ao observado na lâmina A. 64).
d) fase de resolução - o aparecimento de anticorpos contra as bactérias (principalmente o pneumococo) leva à resolução da infecção e eliminação do exsudato, via fagocitose por macrófagos e eliminação pela tosse.
Naturalmente hoje, com antibioticoterapia, estas fases raramente chegam a seu termo, sendo a infecção abortada antes. Tanto a pneumonia lobar (áreas extensas) ou a broncopneumonia (múltiplos focos) passam pelas mesmas fases, mas, nesta última, os vários focos estão em fases diferentes.

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Traqueíte diftérica: exemplo de
inflamação aguda pseudomembranosa difteróide
Lam. A. 117/119


Lâm. A. 117/119. Traqueíte aguda diftérica. Exemplo de inflamação aguda pseudomembranosa difteróide. O corte de traquéia mostra exsudato fibrinoso na superfície e necrose completa do epitélio de revestimento. O material róseo amorfo que reveste ainda partes da superfície interna e que tende a destacar-se é a pseudomembrana (ver quadro abaixo). A submucosa está preservada, com suas glândulas e musculatura lisa, assim como a cartilagem.

PSEUDOMEMBRANAS E
INFLAMAÇÕES AGUDAS PSEUDOMEMBRANOSAS
Quando as inflamações agudas ocorrem em superfícies, ou da pele ou de mucosas, o exsudato que recobre a área inflamada forma uma pseudomembrana. É dita pseudo- porque as membranas em princípio são tecidos vivos e o exsudato não é. Por conter fibrina e células inflamatórias, as pseudomembranas geralmente são esbranquiçadas. Ficam aderidas à superfície e destacam-se com dificuldade.
As pseudomembranas podem conter, além do exsudato, tecidos necróticos da região inflamada: pode ter havido necrose do epitélio de revestimento, que passa a fazer parte da pseudomembrana. Ou a inflamação pode ter afetado tecidos mais profundos, como a submucosa ou a camada muscular. É através deste critério que se classificam as pseudomembranas e também as inflamações agudas pseudomembranosas:
Inflamação aguda pseudomembranosa cruposa: a pseudomembrana é constituida apenas de exsudato fibrinoso ou fibrinopurulento. Não afeta os tecidos abaixo. O melhor exemplo são as inflamações agudas das serosas: pleurite, pericardite, peritonite. Ver p. ex. peças de pleurite ou pericardite fibrinosa.
Inflamação aguda pseudomembranosa difteróide: a pseudomembrana é constituida além de exsudato, por epitélio de revestimento necrótico (necrose resultante do agente inflamatório). Não afeta tecidos abaixo do epitélio. Um bom exemplo é a difteria, mostrada na presente lâmina.
Inflamação aguda pseudomembranosa crostosa: a pseudomembrana é constituida além de exsudato, por epitélio e por tecidos profundos que também sofreram necrose. Como exemplo temos as enterites e colites agudas causadas por germes invasivos, como as Shigellas e Salmonellas (ver lâmina seguinte A. 47).

Não há peças de inflamação aguda pseudomembranosa difteróide. Ver porém as peças de inflamação aguda pseudomembranosa cruposa: pleurite fibrinosa (R-17) e pericardite fibrinosa (C-32); e as de
inflamação aguda pseudomembranosa crostosa no cólon (TGI-47); endométrio (GF-43) e amígdala (OH-39)

Pneumonia lobar (inflamação aguda fibrino-purulenta)
+ Pleurite aguda fibrinosa (inflamação aguda pseudomembranosa cruposa)


Peça R-17. Pneumonia lobar em fase de hepatização cinzenta. Pleurite fibrinosa. Este pulmão apresenta inflamação (pneumonia) difusa com preenchimento das luzes alveolares por exsudato fibrino-purulento (ver lâmina A. 64). Isto dá cor acinzentada e aspecto compacto a todo o órgão. A consistência lembra a do fígado, daí o termo hepatização cinzenta (ver as fases evolutivas das pneumonias no quadro abaixo). (A consistência do pulmão normal lembra a de uma esponja.) O acometimento é difuso e atinge lobos inteiros (daí o nome pneumonia lobar). Nas páginas seguintes há exemplos de broncopneumonia, uma outra forma de pneumonia em que as lesões são focais.
Na outra face desta peça nota-se também pleurite fibrinosa. A superfície pleural está recoberta parcialmente por película de exsudato fibrinoso, que constitui uma pseudomembrana (a membrana verdadeira é um tecido vivo, enquanto que a pseudomembrana é formada por fibrina e restos celulares). Para ver a classificação das pseudomembranas, clique aqui. A pleurite é secundária à pneumonia, pois as bactérias que estão no parênquima pulmonar facilmente passam à pleura pelos linfáticos. Veja também um exemplo de pericardite fibrinosa na peça C-32.

FASES DAS PNEUMONIAS BACTERIANAS.
Classicamente, uma pneumonia bacteriana não tratada por antibióticos passa por 4 fases:
a) fase congestivo-edematosa - há hiperemia ativa em resposta à infecção bacteriana e os alvéolos ficam preenchidos por exsudato que nesta fase é seroso ou sero-fibrinoso (corresponde ao observado na lâmina A. 209).
b) fase de hepatização vermelha - o pulmão fica compacto e vermelho lembrando o aspecto de fígado. Isto ocorre porque os alvéolos estão preenchidos por exsudato (que não raro contém também hemácias) e perdem o ar que dá ao pulmão o aspecto e consistência de esponja. A hiperemia ativa do processo inflamatório agudo também contribui para a cor vermelha.
c) fase de hepatização cinzenta - o exsudato nos alvéolos passa a purulento, dando ao pulmão a cor acinzentada. Pode também ser amarelada (o pus tende a ser amarelo), daí fala-se em hepatização flava (praticamente sinônimo de hepatização cinzenta) (corresponde ao observado na lâmina A. 64).
d) fase de resolução - o aparecimento de anticorpos contra as bactérias (principalmente o pneumococo) leva à resolução da infecção e eliminação do exsudato, via fagocitose por macrófagos e eliminação pela tosse.
Naturalmente hoje, com antibioticoterapia, estas fases raramente chegam a seu termo, sendo a infecção abortada antes. Tanto a pneumonia lobar (áreas extensas) ou a broncopneumonia (múltiplos focos) passam pelas mesmas fases, mas, nesta última, os vários focos estão em fases diferentes.

Broncopneumonia: exemplo de inflamação aguda serofibrinosa.
Lam. A. 209




BRONCOPNEUMONIA
PULMÃO NORMAL

EXSUDATO


AFLUXO DE NEUTRÓFILOS



Lâm. A. 209. Foco de broncopneumonia e áreas de pulmão normal (exemplo de inflamação aguda sero-fibrinosa). Este corte de pulmão (imagem escaneada da lâmina, em cima) mostra uma área compacta vermelha, correspondente a um foco de broncopneumonia. É um exemplo de inflamação aguda causada por bactérias, e, no caso, em fase inicial.
Os alvéolos estão preenchidos por exsudato. Exsudato é tudo que sai dos vasos durante uma inflamação aguda: fluidos, proteínas do plasma e células inflamatórias, principalmente neutrófilos. Até hemácias podem fazer parte. O exsudato é portanto classificado de acordo com os elementos presentes ou predominantes. Aqui o exsudato é predominantemente seroso, ou seja, é constituido por proteínas, o que dá o aspecto homogêneo róseo. Em áreas há também fibrina, que aparece como material grumoso e eosinófilo. Fala-se em exsudato serofibrinoso. Além disso, notam-se hemácias e neutrófilos, esparsos ou em pequenos grupos. Em pequenos vasos hiperemiados é possível observar marginação dos neutrófilos e alguns já estão na luz alveolar, fazendo parte do exsudato. No pulmão normal, notar alvéolos livres e a espessura fina e textura delicada dos septos interalveolares, cuja celularidade é muito menor que na área inflamada.
A broncopneumonia é um tipo de infecção bacteriana do pulmão que afeta mais comumente pacientes nos extremos da vida: crianças, especialmente recém-nascidas, e idosos. Caracteriza-se por ocorrer em focos disseminados pelo pulmão, que podem confluir. A inflamação geralmente está em fases diferentes nos diversos focos. Comparar com a pneumonia lobar, no quadro seguinte.

Pneumonia lobar:
inflamação aguda fibrinopurulenta
Lam. A. 64








Lâm. A. 64. Pneumonia lobar (exemplo de inflamação aguda fibrinopurulenta). Os dois cortes nesta lâmina são de pulmão e mostram os mesmos achados. Chama a atenção na imagem escaneada, em cima, que o pulmão tem aspecto compacto, não sendo vistos alvéolos arejados. Todos alvéolos estão preenchidos por exsudato fibrinopurulento. Nisto a pneumonia lobar difere da broncopneumonia, onde o processo inflamatório é focal. Aqui o acometimento é difuso, afetando todo um lobo (daí o termo 'lobar') ou mesmo todo um pulmão ou ambos pulmões.
As lesões estão mais avançadas que na broncopneumonia da lâmina anterior. O exsudato é do tipo fibrinopurulento. As células que preenchem os alvéolos são neutrófilos, em sua grande maioria já degenerados, e chamados piócitos. São os componentes fundamentais do pus. Os piócitos (vistos na fig. mais embaixo à E. com objetiva de imersão) apresentam núcleo muito denso (picnótico) e mais segmentado que o de neutrófilos jovens. São células em degeneração, muitas em apoptose. Os restos nucleares no exsudato derivam de neutrófilos apoptóticos. Além dos piócitos há fibrina em forma de grumos ou de filamentos róseos, tortuosos e emaranhados.
Em várias regiões do corte, os septos interalveolares estão necróticos ou desapareceram. Isto indica evolução para abscesso, ou seja, o parênquima sofreu necrose liqüefativa por ação das bactérias e neutrófilos. No local onde havia tecido vai se constituir uma cavidade cheia de pus, que é o abscesso. Neste caso, fala-se em inflamação aguda purulenta abscedida. Abscesso é, por definição, uma inflamação purulenta que forma uma cavidade nova. Não confundir com empiema, em que o pus se acumula em cavidades já existentes, como a pleura (empiema pleural), p. ex. Outro termo comum é flegmão: é quando o exsudato purulento se difunde pelo tecido, mas não há formação de cavidade. Aí usa-se o termo flegmonosa.


  • Abscesso = cavidade nova formada por necrose liquëfativa em uma inflamação purulenta.
  • Empiema = acúmulo de pus em cavidades já existentes, como a pleura (empiema pleural).
  • Flegmão = difusão do exsudato purulento pelo tecido sem formação de cavidade

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